terça-feira, março 9

Essas Águas de Março...

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É pau, é pedra, é o fim do caminho...

É a chuva chovendo, estando à nossa maneira
Assim continuamos, é o queira ou não queira

É a gota da chuva, relâmpago na estrada
é o fim desse mundo, é o nada, é o nada

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
Estar triste sorrindo, estar junto sozinho

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.


- Releitura de "Águas de Março" de Antônio Carlos Jobim -

terça-feira, março 2

Universo Paralelo

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Céu nublado. Dia quieto, frio, morto. Dois bem-te-vis no fio do poste e as árvores a balançar geltilmente do outro lado da rua. Estou aqui mais uma vez, nessa minha clausura gentil que me abstêm dos pensamentos atordoantes.
Aqui tudo são nuvens em branco, prontas para receberem as cores e texturas que bem me aprouver lhes dar. É ter o controle nas mãos, avançar e recuar, criar finais alternativos e me perder do mundo e me perder de tudo e me achar em um nada. Ser só eu e minha mente relaxada porque não há esforço. O vento move as nuvens e eu as modifico calmamente, desfrutando da brisa suave. No final de algum tempo o trabalho acaba e eu posso observar minha obra de arte no meu céu: cores e mais cores. Há rascunhos e rabiscos em toda parte; coisas loucas, avulsas e diversas.
É assim que chega a hora de voltar e deixar que meu cérebro se lembre de tudo o que me chateia; então chegam cálculos, indeterminações e dúvidas, mas agora coexistem as lembranças do mundo que deixei nos papéis: endorfinas à flor da pele.