domingo, abril 11

Volta à Origem

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Quero recorrer e fazer protesto.
Sim, não quero seguir toda a ordem vigente.
Por minha liberdade é que me manifesto,
insurge agora opressão latente.

Não preciso de chefe de Estado
e nem de infindos partidos,
quero mesmo é um cacique instaurado
e da subordinação compulsória me despido.

Agora obedeço quando quero
e já me posso sentir sorrir:
livre vontade detenho de sobra.

Do meu líder de tribo o que espero
é ser feliz quando o seguir
e ser ao menos massa de manobra.

O Pensador

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Parei hoje a pensar na minha nobre e humilde função tão árduamente desempenhada. Função essa na qual vivo e durmo embebido; o pensar é em que trabalho.
Não que subjulgue todos os meus colegas desse imenso geóide azul, não é isso. É mais que minha função na contemporâneidade ficou gasta. Meus semelhantes querem comer, beber, dançar e morrer, mas já se esquecem da nobre função humana tão bem expressa por Rodin. “Para pensar, temos as máquinas.”, é o que concluem os mais espertos - os outros já se abstiveram de pensar até nas mínimas coisas. Assistem as notícias para terem assunto no dia seguinte e vivem seguindo o fluxo da multidão.
Aqui no meu rarefeito grupo - sendo eu ao menos o pior deles - , concluo então minha nobre função entre os sábios da ignorância. Já que não expressam mais seus pensamentos e da racionalidade se quedam às margens: Tradutor de burros, é isso o que sou.

Balancê

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Ah! Quero ser grande e forte, magra e anoréxica, sexy e famosa, emo e depressiva. Quero saber voar e salvar todos em perigo, quero aprender a atirar e matar meio mundo para ver poças de sangue. Quero largar tudo e fazer loucuras, casar com um hippie e morar numa selva. Quero morar com os falecidos astecas, quero matá-los enquanto dormem. Quero uma cidade para governar, mas também quero renunciar um mês depois de assumir minha função. Quero ser princesa da mais nobre realeza e perder tudo ao fugir com um camponês. Quero plantar uma árvore e mandar dez delas para a fábrica de papel. Quero isso tudo, mas já desisti.